sábado, 10 de dezembro de 2011

História do Movimento Negro no Brasil

O movimento negro tem início quando tenta se organizar a partir de clubes, associações e até mesmo jornais, com a intenção de direcionar a população negra quanto a reivindicações para que o negro fosse integrado, de fato a sociedade, compartilhando dos mesmos direitos enquanto cidadãos. A imprensa negra, um dos primeiros movimentos negro, teve fundamental importância nesse processo, pois através dela os negros passaram a lutar juntos por uma sociedade antirracista através de vários outros movimentos sociais que surgiram ao longo dos anos e que objetivam não só alcançar a equidade entre raças, mas também entre classes, como forma de eliminar as desigualdades sociais que assolam nosso país desde a colonização, excluindo e explorando aqueles que são diferentes em classe social e cor.
A Imprensa Negra deu início a profundas mudanças no país a partir de ideias que buscavam levantar assuntos como forma de protesto antirracismo nos jornais que circulavam pelo país. A partir daí surgem diversos movimentos que vão dando força ao movimento negro no país, entre eles está a Frente Negra Brasileira, que se inicia em São Paulo, objetivando a interação do negro na sociedade para que o mesmo usufruísse dos mesmos direitos dos brancos, visto que, os negros viviam as margens impedidos de exercerem seus papeis devido à hierarquia de raças imposta à sociedade. As Elites Negras foi outro movimento composto por pessoas negras, que possuíam um nível educacional mais elevado, que ajudavam e orientavam sobre o racismo e as formas de lutar contra o preconceito racial.
Com o passar dos anos os movimentos foram se conceituando e tornando mais fortes, dessa forma surge a União dos Homens de Cor (UHC), que era formado por ativistas negros, geralmente influentes na região em que viviam, lutando pela divulgação da discriminação racial, visando a eliminação do preconceito. O Teatro Experimental Negro (TEN) é um dos movimentos mais reconhecidos, e tinha como objetivo mostrar ao negro, através de representação cultural, as suas origens possibilitando a valorização de sua identidade.
Nas décadas de 60 e 70 a juventude brasileira ligada aos movimentos sociais negros, reforça sua identidade através da música, por meio do Soul Music e da moda através do estilo Black Power, essas formas de representação social que até hoje está ligada ao negro, se iniciaram nos Estados Unidos juntamente com o movimento pelos direitos civis em que Martin Luther King lutava pela igualdade entre negros e brancos.
Visando acabar de vez com a falsa teoria da democracia racial, o Movimento Negro contra a Discriminação Racial, também conhecido como entidade Guarda-Chuva das lutas contra o racismo, composto por negros e outras minorias socialmente excluídas, utilizando-se do marxismo, manifestavam contra a hierarquia social baseada na cor. Dessa forma a ideia de Consciência Negra deixada por esses movimentos está ligada as “lutas por emancipação, cidadania e afirmação étnico-racial baseada na realidade sócio-histórico-cultural brasileira”.
A postura assumida pelos movimentos negros na atualidade trabalha em prol da luta por um país sem racismo, que busca a superação das desigualdades raciais que consolidada com a aprovação do Estatuto da Igualdade Racial, que vem reforçar temas já previstos em outras leis, inclusive na própria constituição de 88.
 * Fernanda Rasseli de Merlo  é aluna do Curso de Pós-graduação em Políticas Públicas em Gênero e Raça GPPGeR, pela UFES. A Atividade faz parte da Avaliação Final do Módulo III, Blogfólio.
Referência Bibliográfica:
Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça | GPP – GeR: módulo III / Orgs. Maria Luiza Heilborn, Leila Araújo, Andreia Barreto. – Rio de Janeiro: CEPESC; Brasília: Secretaria de Políticas para as Mulheres, 2010.

Um comentário: